A taxa das blusinhas flopou: o imposto que travou o consumo e pesou no bolso do brasileiro.
- Com você, scala
- 4 de nov.
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Atualizado: 10 de nov.
Criada para proteger o varejo nacional, a “taxa das blusinhas” acabou expondo a fragilidade do ambiente fiscal brasileiro. Com aumento de preços, queda no consumo e baixo impacto no emprego, o imposto mostrou como a falta de previsibilidade desorganiza empresas e consumidores.

Taxa das blusinhas: O imposto que virou símbolo da imprevisibilidade
Instituída pelo Artigo 32 da Lei 14.902/2024, a chamada “taxa das blusinhas” criou uma alíquota de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, somada a um ICMS estadual de até 20%, variando conforme o estado.
A promessa era proteger o varejo nacional.
A realidade, no entanto, foi bem diferente: segundo levantamento inédito da LCA Consultores, a pedido da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), a medida penalizou consumidores de menor renda e não gerou impacto mensurável na criação de empregos (InfoMoney).
Entre agosto de 2024 e agosto de 2025, o emprego nos setores beneficiados cresceu apenas 0,97%, contra uma média nacional de 3,04% — mostrando que o mercado de trabalho permaneceu estagnado, mesmo com a nova tributação.
A Câmara dos Deputados também discutiu a proposta de revogação da taxa, com opiniões divididas entre setores produtivos e consumidores, segundo reportagem oficial da Câmara.
O impacto no bolso do consumidor: o caso Shein
Para entender o efeito real, vale observar um exemplo prático.
📦 Compra na Shein — antes e depois da taxa
Item | Valor original | + 20% Imposto de importação | + 20% ICMS médio | Preço final ao consumidor |
Vestido (Shein) | R$ 200 | + R$ 40 | + R$ 48 | R$ 288 |
Um vestido que custava R$ 200 agora sai por R$ 288 — um aumento de 44%.
Para quem ganha um salário mínimo (R$ 1.412), isso representa quase 20% de todo o orçamento semanal.
Segundo o levantamento da LCA Consultores, 45% dos consumidores de baixa renda desistiram da compra após ver o preço final com impostos, e 80% afirmaram buscar produtos que não encontram no mercado brasileiro.
Ou seja, a política reduziu não só o poder de compra, mas também a diversidade de produtos disponíveis.
E o contraste regional é gritante: o Brasil passou a ter uma das maiores cargas tributárias sobre pequenas importações da América Latina.
Enquanto Argentina e Chile isentam pequenas remessas, Colômbia e Peru dispensam ambos os tributos. (Exame).
O efeito dominó: menos consumo, margens corroídas e varejo travado
Desde a criação da taxa:
📉 As importações mensais de bens de consumo caíram US$ 122 milhões em agosto de 2024 e US$ 176 milhões em junho de 2025, segundo dados da LCA (Exame)
💼 O crescimento do emprego no comércio varejista e na indústria ficou praticamente estagnado.
🛍️ E o desinteresse do consumidor por compras internacionais aumentou: as desistências saltaram de 35% para 45%, conforme dados divulgados pela Veja.
O resultado: menos consumo, margens comprimidas e imprevisibilidade fiscal — um cenário que afeta toda a cadeia econômica.
O verdadeiro problema: instabilidade tributária e falta de previsibilidade
Mais do que o imposto em si, o que travou o crescimento foi a instabilidade tributária.
Regras que mudam de forma abrupta tornam planejamento e precificação verdadeiros desafios — e empurram as empresas para o improviso.
Essa volatilidade desorganiza o fluxo de caixa, compromete margens e impede a construção de estratégias de longo prazo.
Em outras palavras, sem previsibilidade, não há crescimento sustentável.
Segundo análise da LCA Consultores, uma alternativa mais justa e eficiente seria retomar o modelo anterior, em que não havia imposto de importação, mas o ICMS incidia normalmente sobre a circulação da mercadoria. (Exame).
Esse modelo, avaliam os especialistas, mantinha a arrecadação estadual, evitava distorções e não penalizava desproporcionalmente o consumidor de menor renda.
Essa visão reforça o ponto central: o problema não é a cobrança de impostos, e sim a falta de coerência e previsibilidade no desenho das políticas fiscais.
Como a Com você Scala ajuda: modelos fiscais inteligentes e previsibilidade real.
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Nosso método combina mapeamento de riscos, simulação de cenários e modelagem fiscal inteligente para dar às empresas clareza e controle sobre o impacto tributário nas margens e nos resultados.
Três pilares da gestão fiscal inteligente Scala:
Mapeamento de riscos e oportunidades — identificamos impactos fiscais antes que atinjam o caixa.
Simulação de cenários — projetamos o efeito de mudanças legais sobre custos, preços e rentabilidade.
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Empresas inteligentes não escalam fugindo de imposto.
Escalam com gestão, previsibilidade e margem real.
Resultados e benefícios da gestão fiscal inteligente
✅ Previsibilidade orçamentária: decisões mais seguras, sem surpresas.
✅ Eficiência tributária: redução de desperdícios e otimização de margem.
✅ Vantagem competitiva: agilidade para responder a mudanças fiscais.
✅ Sustentabilidade financeira: crescimento com base sólida e estratégica.
Ou seja: com uma gestão fiscal inteligente, a empresa deixa de reagir às mudanças para antecipá-las. Ganha previsibilidade, protege suas margens e transforma a complexidade tributária em vantagem competitiva — mesmo em um cenário tão instável quanto o atual.
Conclusão: o caos fiscal pode ser oportunidade
A “taxa das blusinhas” não protegeu o varejo — expôs a falta de previsibilidade que trava o crescimento de todo o ecossistema empresarial.
Mas empresas que tratam a gestão fiscal como estratégia conseguem sair na frente.
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